Crise é mais do que uma prova de boa gestão que vai além do planejamento de contingência, treinamento de crise, preparação, equipe de resposta ágil, mensagens de alta qualidade e saber quando responder. É um teste de valores da liderança para o resto da empresa.
Quanto mais forte os valores dentro de uma empresa, melhor os executivos serão capazes de lidar com uma crise, que é definida dentro de diretrizes muito claras, que vão desde a responsabilidade corporativa e social à estratégia. São esses mesmos valores que motivam as pessoas e ajudam a reduzir a pressão de uma crise.
Tais valores são fundamentais para garantir o bom funcionamento da abordagem “de baixo para cima” de uma empresa, na qual os líderes são criados em todos os níveis da estrutura societária e não apenas limitados à gestão executiva.
Comunicar esses valores e garantir que a empresa tenha os valores corretos também são outros dois fatores-chave em direção ao sucesso em uma crise. Em nossa experiência, temos visto que em situações reais de crise ambiental com nossos clientes, por exemplo, quanto mais forte os valores, melhores serão os resultados.
No entanto, os riscos são que, assim que um desses valores é quebrado em algum ponto ao longo da cadeia de comando ou na liderança, a equipe fica desmotivada e já não acredita na história da empresa. A autenticidade é perdida. A sinceridade da liderança não adianta mais.
Outro erro é ser tentado a responder o quanto antes. A crise é estratégica. Valores corporativos fortes não significam que a empresa deva falar em todas as oportunidades – algo que acontece com muita frequência em comunicação de crise no Brasil. A ênfase deveria ser sempre sobre o que você diz, garantindo que os valores continuem a predominar no pensamento e na estratégia por trás de cada palavra que é usada.
